ATA DA TRPRIMEIRAIGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SSEXTAEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA
DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 1523-051-1990.
Aos vinte e três quinze dias do mês de janeiromaio do ano de mil novecentos e noventa, reuniu-se, na
Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre,
em sua PrimeiraTrigésima Quinta Sessão Ordinária da SSexta egunda Sessão Legislativa ExtraoOrdinária da Décima
Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata Declaratória da Trigésima Quarta Sessão Ordinária e da Ata da
Trigésima Terceira Sessão Ordinária, que deixaram de ser votadas em face da inexistência de “quorum”. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Artur Zanella, 01 Projeto
de Lei do Legislativo nº 49/90 (Processo nº 935/90; pelo Ver. Edi Morelli,
01 Pedido de Providências; pelo Ver. Gert Schinke, 01 Substitutivo ao Projeto
de Lei do Legislativo nº
101/89 (Processo nº 1921/89); pelo Ver. Lauro Hagemann, 01 Projeto de Lei do Legislativo
nº 50/90 (Processo nº 941/90); pela Verª Letícia Arruda, 03 Pedidos de Providências; 02 Indicações; pelo Ver. Martim Aranha, 06
Pedidos de Providências. Ainda, foi apregoado o Projeto de Lei do Executivo nº 26/90.
Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 01/90, da Comissão
Especial constituída para analisar o Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 02/90; 01/90, da Comissão Especial constituída para analisar o Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 17/89. Em COMUNICAÇÕES, o Ver. Ervino Besson comentou matéria publicada no Jornal Zero Hora do dia onze do
corrente, referente a morte de um aidético na Cidade sem que o
mesmo recebesse o devido atendimento médico. Destacou foto publicada nesse
jornal, onde funcionários do Instituto Médico Legal aparecem usando um aparato exageradamente
ostensivo. Declarou ser a AIDS ser uma doença perigosa, necessitando tratamento médico-hospitalar adequado e não a criação de um clima de preconceito e
medo entre a comunidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. João Dib discorreu
sobre o quadro crítico
apresentado no País, com uma crise financeira e de credibilidade nos organismo públicos. Falou de noticia publicada
pela imprensa, de que até o dia dezoito do corrente poderiam ser pagas as taxas
municipais com cruzados
novos, declarando a inveracidade da mesma, em face de novas medidas do Governo Federal a respeito do assunto.
Em COMUNICAÇÕES, o Ver. Luiz Machado comentou declarações do Sr. Alberto Goldman em
entrevista concedida à Revista Isto É, de que o
Congresso só se valoriza com o término de pagamento de salários aos Parlamentares.
Classificou como demagógica tal afirmação, dizendo ser o Sr. Alberto Goldman candidato a Deputado Federal. Analisou o Projeto de Lei de sua
autoria, em tramitação na Casa, referente a publicidade e a cobrança de taxas de iluminação pública na Cidade. Discorreu sobre os diversos problemas enfrentados
pelas comunidades periféricas do Município, solicitando especial atenção dos Parlamentares e
do Executivo para essas áreas. Sugeriu a busca da participação dos empresários
do transporte coletivo visando a melhoria dos acostamentos das zonas
periféricas de Porto Alegre. O Ver. José Valdir registrou a presença, no Plenário, da Diretoria do
Sindicato dos Servidores em Processamento de Dados. Discorreu sobre o
surgimento e desenvolvimento do Partido dos Trabalhadores, falando da trajetória de luta do
mesmo dentro do quadro político brasileiro. Denunciou a demissão, pela Administração Popular, de Rogério Henrique de Souza, Presidente da Associação dos Funcionários da
PROCEMPA, declarando que a mesma, juntamente com demissões ocorridas ano passado, rompe com os
princípios éticos e políticos que fundaram o PT, tendo sido exigidas suas readmissões pelo Diretório de seu Partido. Apelou ao
Prefeito Olívio Dutra mudança de posição que viabilize essas readmissões. Salientou que todas as denúncias de
irregularidades que lhe forem entregues pelo Sindicatos dos Servidores em Processamento de Dados serão
devidamente encaminhadas para averiguação. E o Ver. Luiz Braz referiu-se ao posicionamento do Ver. José Valdir, a cerca da demissão de
Rogério Henrique de Souza, Presidente dos Funcionários da PROCEMPA. Registrou o transcurso dos
quarenta e cinco anos do PTB, discorrendo sobre a formação e a história de seu
Partido. Destacou não poder concordar com as alianças que vêm sendo feitas por diversos integrantes de seu
Partido com setores responsáveis pela ditadura que atravessou o País e pelas
perdas de diversas conquistas trabalhistas defendidas por Getúlio Vargas. Declarou esperar que em nosso Estado o PTB se una a forças ligadas à verdadeira
doutrina trabalhista.
Nada mais havendo a
tratar, o Sr. Presidente
declarou encerrados os trabalhos às quinze horas e dezoito minutos, convidando os Senhores Vereadores para a Sessão Solene a ser realizada às
dezessete horas. foi realizada
a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adroaldo Corrêa, Airto
Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clóvis Brum, Cyro Martini, Décio
Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert
Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Motta,
José Valdir, José Alvarenga, Lauro Hagemann, Leão Medeiros, Letícia Arruda,
Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nelson Castan, Omar Ferri, Valdir Fraga,
Vicente Dutra, Wilson Santos, Vieira da Cunha, Wilton Araújo e Antonio Losada.
Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos
e determinou que fosse distribuídas em, avulsos cópias das Atas da Sessão de
Instalação, da Primeira, Segunda, Terceira e Quinta Sessões Extraordinárias e
da Ata Declaratória da Quarta Sessão Extraordinária, que foram aprovadas. A
seguir foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em discussão Geral e Votação Secreta foi
aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 25/89, considerando
rejeitado o Veto Total a ele aposto, por vinte e três votos SIM contra cinco
votos NÃO e dois em BRANCO, após ter sido encaminhado à votação pelos
Vereadores Luiz Braz, Vicente Dutra e Clóvis Brum, tendo sido escrutinadores os
Vereadores Wilton Araújo e Antonio Hohlfeldt. Em Discussão Geral e Votação
Secreta esteve o Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo nº 166/89 que, após
ter sido discutidos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Elói Guimarães, Antonio
Hohlfeldt, João Motta, Clóvis Brum, Wilson Santos, José Alvarenga e Dilamar
Machado, teve adiada sua discussão e votação por uma Sessão, a Requerimento,
aprovado, do Ver. João Motta, encaminhando à votação pelo Vereadores João Dib,
Clóvis Brum, Luiz Braz, Vieira da Cunha, Omar Ferri e João Motta. Em discussão Geral e Votação Secreta foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 07/89, por trinta e dois votos SIM. Durante os
trabalhos, foram apregoados os Ofícios nºs 65, 68 e 69, do Sr. Prefeito
Municipal, solicitando que sejam devolvidos ao Executivo, respectivamente, o
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 01/90 e os Projetos de Lei do
Executivo nºs 06 e 05/90. Ainda, foi aprovado Requerimento do Ver. Valdir
Fraga, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo nº 07/90 seja dispensado
de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente
declarou encerrados os trabalhos da Sexta Sessão Legislativa Extraordinária às
dezessete horas, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária
da Câmara Constituinte a ser realizada amanhã, às nove horas e trinta minutos. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Valdir FragaValdir Fraga, Lauro Hagemann, Adroaldo Correa e Jaques Machado, este último como e Secretáario “ad hoc”ados. Do que eu, pelos Vereadores Lauro Hagemann Lauro Hagemann, e Jaques
Machado, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Lauro Hagemann 11º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será
assinada pelosor
todos os
Sr.enhores Presidente e por mim. Vereadores presentes.
O SR. PRESIDENTE (Adroaldo CorrêaValdir Fraga): Passamos às
A palavra com a Verª Letícia Arruda, que cede seu
tempo ao Ver. Ervino Besson.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, agradeço à nobre colega por me ceder o seu tempo, mas eu vou me pronunciar desta tribuna referente
à matéria de capa da “Zero Hora”, publicada na sexta-feira, dia 11 do corrente, na
página nº 38:
“Aidético morre sem conseguir atendimento”.
Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu tive o cuidado, antes de me
pronunciar desta
tribuna, de consultar médicos - inclusive, um deles, o nosso companheiro e
colega desta Casa Ver. Mano José – a respeito da forma como são
tratados os portadores desta doença, e o nobre colega Ver. Mano José disse-me que este fato que
alarma toda a comunidade de Porto Alegre, eu digo não só de Porto Alegre, como praticamente todo o Estado, é uma pergunta que eu deixo no ar,
pois sabemos hoje quantas famílias possuem pessoas que são portadoras desta doença, como a foto que apareceu no jornal. Pergunto: qual o
procedimento destas famílias? Qual o espírito que estes familiares têm para conviver junto com esta
pessoas doentes! E
não só os familiares, Ver. Mano José, mas inclusive alguns médicos, de pessoas que trabalham em hospitais. Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o medo que toma
conta destas familiares
é de tal monta que nós temos conhecimento de que uma família, de um menino de
um ano de idade apenas,
abandonou esta criança no Hospital de Clínicas. Nunca mais lá retornaram para saber qualquer
notícia desta criança. O que nós vimos nos jornais de sexta-feira assusta. Mas
sabemos que o medo destas pessoas, conforme conversamos com o Dr. Mano José,
é exagerado. Temos que ter, é claro, cuidado especial com esta doença, mas ela
não é de tal gravidade que, para recolher um cadáver, se use máscaras e todo este aparato que vimos nos jornais de sexta-feira. É uma doença
terrível, todos nós sabemos, mas mais terrível ainda vai se tornar se nós, a sociedade, os
hospitais, não dermos um tratamento adequado a ela. E
não basta o tratamento,
temos que ir mais além
– levar algumas
palavras de conforto aos familiares e não de medo. O medo existe, sabemos nós, dentro dos hospitais,
de parte de alguns médicos que têm certa resistência para tratar os pacientes portadores dessa terrível doença,
principalmente os pobres.
A Srª Letícia Arruda: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Quando li, na “Zero hora”, juro que chorei ao ver aquela mãe, na véspera do dia das mães, com o filho nos braços, durante uma noite inteira, tendo que
abana-lo para que ele não morresse, uma mãe paraplégica que ama e adora o filho, vendo
aquele sofrimento, assim como toda a família. Acho que as coisas tem que mudar, mas o ser
humano é que tem que mudar, e de dentro para fora; não adianta medida
provisória, não adianta canetaço de Ministro, pois quem não é bom por dentro, jamais será
por fora.
O SR. ERVINO BESSON: Agradeço o aparte da Vereadora que engrandeceu o
meu discurso. Mas eu vi mais gente ler a
notícia do jornal e derramar lágrimas, agora, nós perguntamos, qual será a situação
desta família hoje? E os amigos que conviveram com este cidadão, qual será o espírito? Vendo que o corpo foi
recolhido da maneira como foi pelos jornais? Portanto, colocou muito bem a companheira Letícia
Arruda, tem que mudar, mas como tem
que mudar? Porque muitos seres humanos sofredores desta doença, doença adquirida por uma
transfusão de sangue ou qualquer outro tratamento dentro dos nossos hospitais. Portanto, a nossa sociedade tem culpa sim, como tem! Nós todos somos responsáveis por este ser humano que sofre desta terrível
doença. Não é Ver. Antonio Dib? Porque ali existe a tristeza, existe o
sofrimento, e como este sofrimento nestas horas precisa do nosso apoio do nosso calor humano. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Lauro
Hagemann): Com a palavra o Ver. João Dib em
Comunicações de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em um dos mais
belos discursos que eu ouvi, José Loureiro da Silva dizia: sou o último de uma
geração de homens para quem a palavra valia o que os documentos não valem hoje.
E, na realidade, nós estamos vivendo um momento extremamente difícil no nosso País, no nosso querido Brasil, porque nós não sabemos mais no que acreditar. A ilustre Ministra da Economia
dizia antes da sua posse: o meu dinheiro eu ponho no over. O Presidente botava na
poupança e nós todos fomos enganados. Nós todos, até porque amamos esta Pátria, aceitamos o confisco de nossas economias suadas.
Nos vermos nivelados aos especuladores, aqueles que durante anos e anos colocaram um
pouquinho a mais a cada mês, na sua poupança. Mas o Dr. Loureiro era um sábio mesmo.
Hoje não dá para acreditar nem nos
documentos assinados. O Governo diz que até o dia 18 de maio nós podemos pagar os impostos com
os nossos mirrados cruzados novos. E, nós brasileiros,
patriotas, amantes
desta terra, acreditamos. E quando tudo faz o Governo para que nós percamos a
credibilidade neles - e não deixamos de acreditar neles, eles é que estão perdendo a
credibilidade -, nós não estamos mais
acreditando, nesta
altura, porque aquela história que até o dia 18 de maio nós podíamos pagar os
nossos impostos com
cruzados novos é mais uma mentira.
“Zero Hora” traz aqui na página de
economia: “Pacote: Grande Aperto no Crédito”. Mas lá no meio diz assim: “O imposto sobre operações
financeiras vai incidir também com a alíquota de 20% sobre as transferências de titularidade feitas a partir de hoje”. É que esta história de
transferência de titularidade, nós pobres mortais às vezes não entendemos, mas é pagar o imposto com
cruzados novos lá, inclusive o pagamento de impostos.
Ora, se o Governo diz que até o
dia 18 de maio podíamos pagar, agora com a maior tranqüilidade, com o “canetaço” da Ministra e do Presidente - que tem passeado muito
ultimamente. Qual foi o último passeio? Sim, de bicicleta. Não botaram nenhuma casca de
banana no caminho, já estou começando a ficar irritado com o Presidente da
República. É raro eu ficar irritado com o Presidente, com o Prefeito também, de vez em quando eu brigo
com o Prefeito também,
mas especificamente em determinado momento, mas com ele, Olívio Dutra, não fico
brabo nunca, porque vejo um cidadão normal que comete os seus acertos e os seus
erros, e que não procura mistificar
nada: não anda de bicicleta, ele andava de ônibus e já desistiu, é inteligente.
Sempre acreditei que o Governo constituído mais a comunidade organizada - até
aprendi isso na FRACAB
- Governo constituído e mais comunidadeEstou afirmando não para
justificar, apenas para cumprir a solicitação dos colegas Flávio Koutzii e
Adroaldo Corrêa. De qualquer modo, eu também lamento a ausência do PT porque
teria também alguns agravos a fazer a este Partido.
O SR. NELSON
CASTAN: De qualquer maneira , frente à gravidade das
informações trazidas pelo Ver. Elói Guimarães, eu acho que esta Comissão de
Inquérito tem razões suficientes ara prosseguir nas suas investigações, seus
estudos, motivos e razões que o levaram o Sr. Prefeito em assumir uma tarifa
acima do cálculo este feito pela Secretaria Municipal dos Transportes, que são
técnicos da confiança do Sr.Prefeito. Uma outra coisa, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é que esta Casa, já por uma vez, ou duas vezes, quem sabe, aprovou,
inclusive, com voto deste Vereador, a transferência de recursos à Cia Carris
Porto-alegrense. Atualmente tramita mais um projeto, no sentido de viabilizar
mais recursos, uma maior transferência de dinheiro à Cia Carris, proveniente
desta vez do Fundo Urbano, Fundo de Desenvolvimento Urbano.
Já falei desta
tribuna e continuo entendendo que cada Governo estabelece as suas prioridades,
entendo que não h´pa nada de ruim por princípio, de o Governo do Partido dos
Trabalhadores eleger a Carris e indiretamente o Transporte Urbano como um dois
seus alvos prioritário para o recebimento de recursos e entendo que é uma
possibilidade. Agora me chama a atenção a necessidade de a Cia. Carris
Porto-alegrense, em periódica e sistematicamente, vir a esta Casa pedir
dinheiro. Se estou bem lembrado Ver. Dib que também é um Vereador preocupado
com estas questões de transporte particularmente com a Carris. Me parece que
nós já aprovamos um aumento de capital no ano passado, uma transferência de
recursos no ano passado e aprovamos, no início deste ano, se não me engano, a
transferência de um terreno que, inclusive, já foi feita a licitação pública e
agora novamente a Carris vem à Câmara Municipal pedir mais dinheiro. Este fato
se torna mais grave e nos põe a pensar com mais profundidade em função desta
colocação e, desta denúncia feita desta tribuna pelo Ver. Elói que, se a
Comissão de Inquérito comprovar efetivamente que estiver havendo uma
super-tarifação, significa também que a Cia. Carris está recebendo recursos
adicionais . Está retirando diretamente do usuário, daquele que paga passagem.
Então, nós temos que aprofundar, temos que analisar com vagar todas estas
questões, porque com a minha experiência como Presidente da Cia Carris
Porto-alegrense nós não recebemos um centavo em dinheiro vivo da prefeitura
Municipal. No primeiro ano de Governo houve levantamento das finanças da
Empresa, a contabilidade está lá parta quem quiser ver. Nós passamos os dois
últimos anos sem receber qualquer doação da Prefeitura, seja em dinheiro, seja
em imóveis não recebemos nada e assim se fez uma substancial renovação da frota.
Também estão lá os documentos para serem vistos e analisados e os ônibus estão
nas ruas circulando. Nós fomos à luta. Conseguimos recursos do FINAME junto ao
Banco Meridional. Então me parece que os esforços da Direção da Cia. Carris, no
sentido de expandir a frota,d e renovar a frota, são esforços louváveis, mas
tem que haver por parte da Administração da Cia. Carris maior esforço, maior
criatividade maior empenho no sentido de buscar recursos onde eles estejam
disponíveis sem onerar diretamente o munícipe, através de uma super-tarifação,
e também através do acareamento de recurso que, alternativamente, poderiam ser
empregados em outras áreas, extremamente carentes de Porto Alegre.
Então, aos
poucos com este conjunto de informações, eu entendo que a casa começou, ou
melhor, progride na formação de uma massa crítica de informações a respeito do
entendimento global da questão do transporte, e da Cia Carris em particular.
Tenho certeza seremos extremamente cautelosos ao analisar esses Projetos
sucessivos que vêm a esta Casa, pedindo cada vez mais recursos à Carris. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Em Comunicação de Liderança,a palavra com o Ver.
Artur Zanella, pelo FPL.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, também lamento a ausência da Bancada do PT, eu queria que o
Ver. Castan ele entenda,a gora, porquê eu apresentei um Projeto há poucos dias
a´pra que a licitações dos índices passassem, novamente, por aqui, porque nós
liberamos coisas baseados em estimativas e, depois, não temos o retorn organizada é igual a desenvolvimento. O Governo está
aí constituído, eleito pelo voto direto,
segundo turno, mas
não aprendeu a ter seriedade. Se ele disse que era até o dia 18, dia 19 ele poderia mudar, mas até o dia 18 tinha que respeitar, porque dignidade,
honra, ética, tinham que persistir todos os atos dos homens públicos, mesmo que
homem seja mulher, no
caso, mulher pública. Tinha que manter a dignidade e a palavra que até o dia 18 valia, por que aquele que pagou ontem o imposto não pagou mais
20% se estava assegurado até o dia 18 de maio? Por quê? Eu busquei um formulário para pagar o IOF, se
tivesse que pagar, lá disse se alguém tem ouro tem que pagar 15% de IOF. Só que eu
gostaria de comprar muito ouro e vender para o Governo pelo preço que ele quer
que seja pago o IOF. O
povo deve estar ficando muito cansado. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz Machado.
O SR. LUIZ MACHADO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, ontem procurando leitura através da revista Isto É, me deparei com a notícia que
diz o seguinte: “Parlamentares
sem salários, só assim o Congresso se valorizará”, diz Alberto Goldman, candidato a Deputado pelo PMDB
de São Paulo. Esta revista deu duas páginas e meia
para esta demagogia, é isso o que se lamenta muito, porque agora há pouco falou o Ver. Ervino
Besson e verdadeiramente, Vereador, quanto àqueles caos de saúde em que se luta pela vida do ser
humanoo quase não se tem cobertura na imprensa. Agora,
quando a demagogia campeia, mentiras descaradas de um homem que é candidato a
Deputado, porque ele era para dizer isso no momento em que ele assumisse a
cadeira e não antes. Isto
é um trampolim. Só espero que em Porto Alegre isso não aconteça. É lamentável, mas infelizmente aparecem os oportunistas para procurar a
eleição.
Eu queria falar sobre o meu Projeto, já que está em segunda Pauta de discussão, que dispõe sobre
publicidade e impostos, iluminação pública. Eu procurei com este Projeto apresentá-lo em virtude
dos escassos recursos que diz a Prefeitura não ter,
para atender às necessidades e à demanda no que tange à iluminação pública de Porto Alegre, que está às escuras. Por tudo isso, a gente procura trabalhar e fazer um Projeto, e espero que seja aprovado pelos nobres Pares desta Casa, e que nós tenhamos este Projeto aprovado até mesmo para ter moral e força para
defender aqueles que estão às escuras, porque há muitos bairros da nossa
Cidade que não dá sequer para transitar durante à noite porque é um abandono
total. Procura-se um
Pedido de Providências e a resposta é a de que não tem verbas.
Portanto, acho que o meu Projeto tem mérito, por certo será aprovado por esta Casa porque visa
a dar dinheiro, através de tributos que paguem e tragam mais verbas para
o Município para que possamos diminuir a escuridão da nossa Cidade.
Eu, a cada dia me deparo com problemas da nossa Cidade, mas às vezes a gente procurado pelas pessoas, fazendo a periferia,
trabalhando na nossa comunidade... Basta visitar e caminhar, as reivindicações são
muitas, e aqui na Câmara
temos vários Vereadores que são
candidatos a Deputado Estadual, Federal, então eu peço que esses Vereadores ou
mesmo os que não são candidatos, procurem caminhar na nossa periferia, porque os pedidos são
incríveis, solicitam solução, reparos para tudo: problemas de esgoto,
iluminação pública, pavimentação, acostamento das estradas, do asfalto que não temos. Até eu sugeria ao Prefeito, pois a gente não tem que só criticar, mas também dar soluções que, naquelas áreas principais
do centro, será que não haveria condições de negociar com os próprios empresários de
transporte coletivo, porque tenho certeza que um dos grandes prejudicados com o
acostamento das estradas são o ônibus, por que eles não colaborariam com material e a Prefeitura com a mão-de-obra, para que no acostamento dessas ruas tivessem condições de fazer uma
saída para que os ônibus
não quebrassem tão cedo? Porque a sua vida útil vai ser diminuída com esse
problema.
O Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Nobre Vereador, o Executivo tem um belíssimo Projeto de Lei onde
pretende dar 66 milhões de cruzeiros para a CARRIS; eu já mandei um Substitutivo, já retirei 33, eu sugeriria que retirasse mais 3 só para fazer as paradas de
ônibus, e V. Exª seria muito bem lembrado pela população, não só pelos empresários de ônibus, mas
pela população para não ter aquele choque quando sai da estrada para o acostamento; 3 milhões já devem dar.
O SR. LUIZ MACHADO: Eu agradeço o aparte do Ver. Dib, mas vou contrapor, dizendo o seguinte a V. Exª, em bairros nosso da Zona Sul de Porto Alegre, eu vi
vários moradores do Espírito Santo entrar com material na época em que o Governo era Alceu Collares, meu futuro
Governador do Estado. Eu queria dizer ao Ver. Dib que aquela população do Bairro Espírito Santo entrou com o
material para resolver o problema de esgoto, e a Prefeitura entrou com a mão-de-obra, e eles são pessoas de classe média baixa, nem
todos têm condições de finanças
definidas, e resolvem
o seu problema. Por que não o empresário participar também dando um
pouquinho de si? Eu acho que a coisa começa por
aí, se nós ficarmos
sempre na cobrança, na cobrança, e não arrumar soluções, nós não vamos resolver problema nenhum. Vou procurar fazer isso
aí, pelo menos no bairro que eu tento representar pelo menos um segmento daquela população, procurarei isso sim, no bairro que atuo tentar, Vereador, falar com empresário, vê se não há possibilidade de eles
entrarem com o material e a Prefeitura com a mão-de-obra, amenizando aquele problema. Porque se um
carro hoje tirar uma roda fora do asfalto, na Rua Edgar Pires de Castro, pode correr sérios perigos,
não só a quem conduz aquele veículo como também aos pedestres que lá transitam.
O Sr. João Dib: V. Exª também representa, a empresa faliu porque a
CARRIS ficou com o dinheiro da empresa. Quem sabe V. Exª propõe tirar
esses 3 milhões e faz esses
acostamentos, que é um medida muito sábia,
nobre Vereador. A CARRIS devolveu um pouquinho daquilo
que ela tomou da Belém Novo.
O SR. LUIZ MACHADO: Vereador, eu concordo em parte com o seu aparte. Mas quero
dizer o seguinte a V. Exª: os acostamentos das ruas não é só neste Governo que está
acontecendo, aí nós vamos começar a mexer
em muita coisa, e dará três a quatro governos, e vai entrar o seu também que deixou problemas nesta área também. Não
queria largar farpas ao meu nobre Líder do PDS, que é João Antonio Dib, a quem nós respeitamos
muito, e por certo virá ainda representar o Executivo ainda em Porto Alegre, por certo no futuro, porque V. Exª tem um serviço prestado a nossa Cidade. Mas problemas
econômicos todos os homens assumiram a cadeira de Prefeito em Porto Alegre, passaram por problemas econômicos, e não será o Olívio
Dutra, somente, como foi no passado o meu companheiro, o meu futuro Governador Alceu Collares, como também o
seu Governo passou problemas de finanças, e vários governos tiveram problemas.
O
Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Gostaria de dizer que não é possível fazer em
todos os lugares da Cidade, mas como V. Exª citou, vá na Av. Baltazar de Oliveira
Garcia e veja que todas as paradas de ônibus estão perfeitamente colocadas fora
do acostamento com asfaltamento, é critério bastante. Aconteceu na Av. Juca
Batista, na Av. Cel. Marcos, na Av. Campos Velho, em parte; quer dizer não
dava para fazer em toda a Cidade, mas agora tem dinheiro sobrando para a CARRIS. Então, eu acho que dá para fazer com este dinheiro, porque é para o desenvolvimento urbano, é onde a oitava colocação da população dizia transporte nos critérios da
Administração Popular. A oitava era transporte e eles resolveram aplicar tudo na CARRIS, é por isso que estou sugerindo
uma medida de bom senso. Tira um pouco da CARRIS e tapa os buracos.
O
SR. LUIZ MACHADO: Vou encerrar, Sr. Presidente,
dizendo que devemos arrumar também caminhos para tanto. Não vou contrariar o Ver. João Dib, até vou concordar em tese que é obrigação do Governo
resolver. Agora nós
como homens públicos damos também a nossa colaboração. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O próximo inscrito em Comunicações é o Ver. Gert Schinke, que cede o seu
tempo ao Ver. José Valdir.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, antes de iniciar o meu
pronunciamento quero saudar os companheiros da Diretoria do Sindicato de Processamento de Dados que estão assistindo a Sessão
hoje, companheiro
Rogério de Souza e Profª companheira Sandra. Tenho 39 anos de idade e 20 anos
de luta. Nesse 20
anos de luta eu enfrentei, com os meus companheiros, a ditadura, a repressão. Construí a minha trajetória na luta pelas liberdades
democráticas, na organização da população por condições dignas de vida, na luta do magistério em
defesa da escola pública e contra o aviltamento das condições de salário e de trabalho. Na minha trajetória guardo com absoluto
carinho e preocupação cada momento da minha luta, na certeza da coerência das minhas posições;
do momento em que, no fim da década passada, se organizava o movimento pró-PT; das reuniões feitas em porões, da primeira
campanha, miserável
em recursos; da campanha feita com panfletos
em mimeografo a
álcool; da dura repressão da primeira greve geral; da campanha de solidariedade
ao líder bancário que havia sido cassado e preso, o bancário Olívio Dutra; da campanha
eleitoral de 1982, quando, vítimas do voto útil, granjeamos enorme simpatia, porém, escassos votos. Da
desilusão que se seguiu – muitos desistiram eu continuei, o companheiro Olívio Dutra continuou, um processador de dados, trabalhador, Rogério Henrique de Souza, também continuou. Essa garra essa
obstinação fez com que, para perplexidade de muitos, a nossa estrela brilhasse em 1985, em 1986, em
1988 em 1989. Este é
um dos mais genuínos sentimentos da minha vida: a certeza desse Partido, da sua necessidade e da
sua correção. Por isso durante todo o meu mandato – esta Casa é prova disso – tenho defendido,
intransigentemente, a Administração Popular. Sei o que ela significa, e principalmente, sei o que custou chegar até aqui, até onde chegamos.
Tenho hoje, no entanto, um ofício diverso: o doloroso ofício
de denunciar a Administração do meu Partido. O funcionário Rogério Henrique de
Souza trabalhava, há
12 anos na PROCEMPA. Como
os Vereadores sabem, a PROCEMPA tem 12 anos e meio de existência, portanto,
pode-se considerar o companheiro Rogério, de certa forma, um fundador da PROCEMPA. Nesse
período Rogério passou por diversas Administrações: Administrações da ditadura do PDT, até chegar a nossa. Nesse espaço de tempo, Rogério foi um incansável lutador da categoria,
militante sindical e político de sua categoria, ocupando, atualmente, a
função de Presidente da Associação dos Funcionários da PROCEMPA. Pois bem, Rogério Henrique de Souza foi
sumariamente demitido, sem justa causa, a despeito dos seus 12 anos de empresa,
a despeito de sua trajetória. A demissão de Rogério Henrique de Souza veio
se juntar a de dois outros funcionários que, juntamente com ele, foram afastados de seu trabalho, além de outras
tantas demissões que já haviam sido realizadas no ano passado. Nessas demissões foram rompidos
todos os procedimentos
previsto no acordo de trabalho, sendo negado ao Sindicato o legítimo direito de participação no
processo. As razões alegadas eram sempre meias-afirmações e o processo sempre nebuloso. A pecha da
incompetência dos demitidos foi sempre insinuada e nunca provada! As demissões
foram consumadas sem que os demitidos soubessem do que eram acusados e sem que lhes fosse garantido o elementar
direito de defesa. Esse
processo inquisitorial kafkiano rompe não só todos os princípios éticos e políticos que fundaram
o Partido dos Trabalhadores, mas rompe até mesmo com os mais elementares
princípios do direito burguês. Esses atos, em tudo, transpiram autoritarismo, arrogância e mesquinhez. Em tudo se iguala e nos iguala àqueles que costumam tratar as divergências
políticas e a luta
sindical com o processo cruel e indigno da demissão, com aquilo, enfim, contra o que sempre combatemos.
Por isto, o Partido dos Trabalhadores, através do seu diretório municipal, exigiu a readmissão desses funcionários e a instalação de um processo
de averiguação que restabelecesse a
realidade dos fatos, garantindo o mais amplo direito de defesa aos demitidos.
Por isto, a Bancada, por unanimidade, tomou posição idêntica, e em nome dessa liberação partidária é que venho a esta tribuna,
porque o Prefeito do meu Partido, o bancário Olívio Dutra, preferiu compactuar com o arbítrio do que seguir a deliberação do Partido.
Eu tenho neste momento a mesma
postura partidária
que caracterizou toda a minha vida política. Encaminho nesta tribuna e tão
somente as deliberação do meu Partido. Outros fatos, as denúncias de irregularidades que o SINDPPD me entregar, tratarei internamente encaminhando-as ao Partido e à Administração. E sempre que se colocar o conflito entre a
deliberação do
Prefeito e a posição do Partido, sempre ficarei com o último.
O SR. PRESIDENTE: Ver. José Valdir, o próximo orador inscrito é o Ver. Flávio Koutzii, que cede o seu tempo a V. Exª. Portanto, V. Exª tem mais dez minutos.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sou grato ao companheiro Flávio Koutzii pela cedência do tempo, e agradeço também ao companheiro Gert Schinke, que me cedeu o seu tempo.
Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, esses são os fatos, esta é a minha conduta pessoal. E esta é, sem dúvida,
minha dor. Não tenho nenhum pejo de dizer que este é um dos dias mais tristes de minha vida porque, como já disse, subo à tribuna para combater este profundo equívoco da
Administração Popular. Mas, se é um dia triste e profundamente
constrangedor, é um
dever da consciência. É um dever para com o meu Partido, e é um compromisso com a minha Bancada, fazer o
que faço neste momento.
Tenho a certeza que, além disso, como Vereador e, principalmente, como
construtor partidário,
resgato aqui um compromisso com a verdade, com a postura ética, e resgatando ainda o comportamento com os mais elementares direitos humanos. Não falo do caso
individual do companheiro Rogério, embora isso seja da maior importância, falo sim,
de uma atitude que macula o que há de mais sagrado na construção da nossa estrela;
falo de uma atitude que rompe com o que há de mais rico nesse Partido, nossa
história de luta, de combate à injustiça, de enfrentamento ao arbítrio, da indignação e da
raiva que temos da prepotência
e da falta de democracia. Mas, acima de tudo, ainda tenho a esperança e quero desta tribuna fazer um alerta ao Prefeito Olívio Dutra:
Companheiro Olívio, mesmo os
teus mais ferozes opositores, mesmo os teus inimigos de classe reconhecem em ti
uma trajetória de lutas, uma postura ética inatacável; estas demissões na PROCEMPA não mancham somente os nossos princípios partidários, maculam também a reputação do bancário que
foi preso, do dirigente sindical que foi perseguido, do construtor partidário que surgiu se rebelando
contra a ditadura e a prepotência.
Companheiro Olívio Dutra,
Prefeito desta Cidade, não transforme esta questão numa forma da inconsistência, da mesquinhez e do
autoritarismo que são características dos nossos inimigos. Use o que é um dos valiosos instrumentos das
grandes mulheres e grandes homens, que é a serenidade para alterar decisões, quando necessário. Reflita profundamente sobre
esta questão e, com a humildade que é característica de quem não tem problemas em fazer auto-críticas, demonstre a esta Cidade, a tua Bancada, demonstre ao teu
Partido – o nosso PT – que não tens medo de corrigir erros, de voltar atrás, quando necessário. Faça com que nos sintamos
tranqüilos com a
nossa consciência, com a nossa história e coma
nossa luta. Faça com que aqueles que se revoltam cotidianamente contra a fome, a miséria e a opressão não se sintam
desguarnecidos,
desiludidos e traídos até.
Prefeito Olívio, de certa
maneira, estamos diante de uma encruzilhada na história do nosso Partido e na própria
história do companheiro: ou optamos juntos por afirmar nossos princípios ou optas
sozinho por uma postura autoritária que dá as costas aos nossos compromissos históricos, que fere a democracia, que golpeia a nossa consciência.
O primeiro caminho nos une; o segundo te coloca, Prefeito, de costas para o Partido, de costas para os teus companheiros e de costas, inclusive, à tua própria trajetória.
Nós já optamos e já queremos estar à altura dos nossos
compromissos. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: O Sr. Presidente, Srs. Vereadores, depois de ouvir
15 minutos o Ver. José
Valdir, fazendo uma crítica à atitude do Prefeito Olívio Dutra, e colocando o posicionamento da Bancada do PT e do Partido, diante desse posicionamento,
fica difícil para qualquer Bancada desta Casa fazer qualquer complementação ao que
foi colocado aqui. Eu prefiro não tratar desse assunto, prefiro deixar que este
assunto seja tratado dessa maneira coerente e honesta, como Ver. José Valdir propôs desta tribuna
e até elogiar o Ver. José Valdir pela sua coragem, pelo seu destemor e pelo amor que tem ao seu
Partido, da maneira como ele tratou desse assunto e falar de outra coisa. Ia
tecer, hoje, uma crítica à Administração petista com relação à padronização das bancas, mas não vou falar sobre isso; vou falar, Ver. Dilamar Machado , sobre os 45 anos do Partido
Trabalhista Brasileiro.
O Sr. Adroaldo Corrêa: V. Exª me permite uma aparte (Assentimento do orador.)
Ver. Luiz Braz, apenas para que V. Exª , e talvez outros, não incorram no erro de avaliação, já que V. Exª numa frase, não sei se bem construída,
interpretou que o posicionamento do Ver. José Valdir é a posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores;
ele não é o espelho do que existe na Bancada do Partido dos Trabalhadores a respeito do tema. O
Ver. José Valdir destacou, e de fato houve, uma posição da Bancada do Partido dos
Trabalhadores de recurso à decisão do Prefeito, de não acatar uma decisão partidária no caso específico, ademais não há qualquer posição da Bancada a
respeito do tema.
O SR. LUIZ BRAZ: Então, muito mais motivos, ainda, para elogiar a
atitude do Ver. José Valdir e a coragem que ele teve de, mesmo não estando
junto com a Bancada neste posicionamento, ter essa coragem de se manifestar contra o Líder máximo do PT, em
termos de Porto Alegre. Mas os jornais, hoje, destacam, e nos lemos com muita atenção, toda a
matéria relatando a história do Partido dos Trabalhista Brasileiro, e dizendo das duas fases do PTB a nível de história de Brasil. Nós
procuramos nos situar nessa história toda, Ver. Dilamar Machado. E queremos, hoje, não
podíamos deixar de fazê-lo,
cumprimentar V. Exª, que é um dos trabalhistas mais antigos, com militância aqui nesta Casa, mais tradicionais. O Ver.
Clóvis Brum que, pertence a Bancada do PMDB, não está presente, mas que também
marcou posição no
trabalhismo aqui no Rio Grande do Sul, e outros tantos trabalhistas que estiveram
presentes na formação
do PTB do nosso Estado em nível nacional. Mas é claro que, ao analisarmos o PTB de hoje, é uma espécie de autocrítica, devo dizer que, quando vim para o PTB, convidado pelo Dep. Sergio
Zambiasi, vim para o
PTB para que pudéssemos formar dentro do Estado do Rio Grande do Sul, um
Partido Trabalhista Brasileiro que tivesse uma vinculação extrema com aquele PTB fundado
por Getúlio Vargas, no ano de 1945. E é exatamente esta luta que empreendemos dentro do PTB. Não gostamos – e faço
questão de frisar – da atitude do PTB em nível nacional que, praticamente todo os
Estados brasileiros se vincula a partidos que durante a algum tempo da nossa
história estiveram fazendo um serviço de desfazimento do trabalho de Getúlio Vargas,
durante a época em que ele trabalhou para construir muito daquilo que os trabalhadores tiveram de conquistas nestes
últimos anos.
Realmente, Ver. Aranha Filho, o
termo correto é este.
Não estou inventando termos, é o termo que se pode encontrar no Dicionário
Aurélio, que está coerente com aquilo que está bastante claro na história.
Sabemos muito bem do trabalho
daqueles trabalhistas
que estiveram no PTB, desde 1964. Sabemos muito bem
da grande luta trabalhistas antes de 1964, quando o pluripartidarismo, a tendência do Dr. Leonel Brizola, que
voltava do exílio, era exatamente a de poder reeditar o PTB de antes de 1964. O que aconteceu foi naquela celebre briga existente entre Dr. Leonel Brizola e a Srª Ivete Vargas aconteceu a vitória de Ivete Vargas e não sei se isto foi bom para o trabalhismo. Acredito que foi
uma das grandes derrotas aqui no Brasil. Acredito que a vitória de Ivete Vargas tenha
atrasado a marcha do PTB em busca de um melhor posicionamento do trabalho na sociedade
brasileira. O que querermos fazer em termos de Rio Grande do Sul é que o PTB, aqui, possa reencontrar os seus caminhos. Nós
somos oposição, com relação aos verdadeiros trabalhistas, estejam eles no partido que estiverem. Reconhecemos no PDT um grande
partido trabalhista que, no futuro, estará unido
com o PTB ou dentro da sigla original ou
naquela em que todos
nós, trabalhistas, deveríamos estar, que é o PTB. Portanto, data em que estamos comemorando os 45 anos do
PTB, não lembro esta data com muito júbilo no momento, pelo que o PTB representa na
atualidade. Mas lembro esta data para os petebistas antigos e para aqueles que militam ou que são
admiradores da doutrina trabalhista, como um revigoramento de forças que precisamos ter, a fim de que
realmente a doutrina trabalhista comece a aparecer dentro desta sigla que tanto
amamos, que é o PTB.
O Sr. Dilamar Machado: V.Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz,
indiscutivelmente, nos associamos a homenagem que V. Exª faz à fundação do Partido Trabalhista Brasileiro e concordamos
integralmente com a apreciação que V. Exª faz do PTB de
hoje. E até relembro, sem orgulho nenhum, mas apenas por uma disposição de momento e que faz parte da minha
personalidade, a reação que tive no dia
em que V. Exª comunicou que estava integrando, junto com o Ver. Morelli, os quadros do PTB. Isto
mantenho, não com relação a V. Exª, mas do nosso PTB de 1945, que foi vítima da
revolução da 1964, na integralidade de suas lideranças. O PTB de V. Exª não é o PTB que hoje apóia o Collor de Melo e nem o PTB
que vai apoiar os candidatos do PRN pelo Brasil a fora, com exceção acredito, do PTB do Rio
Grande do Sul. Até
porque aqui se diz que
é o berço do
trabalhismo, foi na nossa velha São Borja que nasceram Jango e Getúlio Vargas,
e foi dali, das planuras e do silêncio da região da fronteira, que nasceu essa idéia
fantástica do Partido Trabalhista Brasileiro, tão bem explicada por Alberto Pasqualini às
gerações antigas e difundidas por Rui Ramos, por Jango, por Brizola, por João
Caruzo e por tantos outros que nos antecederam nesta luta.
Associo-me nesta homenagem, ao
nosso PTB, e quero dizer a V. Exª que, como trabalhista, eu tenho guardado comigo um troféu da minha vida
pública, quando arranquei das mãos da ditadura, para incendiar, a bandeira do PTB. Exatamente nos
conflitos de 1964, quando povo era agredido nas ruas, os Prefeitos eram demitidos, os
Deputados cassados, os companheiros presos e
assassinados.
Por isso, quero-me associar a V.
Exª, homenageando o nosso PTB.
O SR. LUIZ BRAZ: Agradeço ao companheiro, exatamente para honrar esta luta que V. Exª e outros grandes companheiros
trabalhistas tiveram ao longo do tempo para poder fazer com que a classe trabalhadora pudesse se elevar
ao patamar em que sempre procurou estar dentro do nosso País, mas aonde nunca
conseguiu chegar. Exatamente para valorizar esta luta é que nós tentamos, neste
ingresso nosso no PTB, reeditar o PTB de outrora. Muito obrigado.
. E, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, vou tratar de um assunto extremamente delicado,
mas gostaria que foiçasse nos Anais; se esta medida já estivessem vigorando,
nós não leríamos, hoje, a entrevista do Sr. Tarso Genro, Vice-Prefeito da
Cidade, candidato a Governador, enquanto era Vereador, o Vereador Aranha Filho
deve lembrar disso autorizou, o Sr.Presidente deve lembrar a venda dos terrenos
da Perimetral que veio. O SR. Tarso Genro, hoje, de manhã, tem publicada a
seguinte entrevista: que “ a
Administração Popular – ainda não acusando Collares juinto ao
Tribunal deContas do
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar, Há “quorum”.
Passamos à
DISCUSSÃO GERAL E
VOITAÇÃO SECRETA
PROC.
Nº 2769/89 – VETO TOTAL AO PROJETOD E LEI COMPLEMENTAR Nº 025/89, de autoria do Ver. Leão de Medeiros, que dá
nova redação ao inciso II do art. 121 da Lei Complementar 133, de 31.12.85,
alterada pela Lei Complementar 186, de 12.12.88. (Reajuste mensal – servidores
municipais.)
Parecer:
-
da
Comissão Especial. Relator Verª
Letícia Arruda: pela rejeição do Veto Total.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão.
(Pausa.) Em votação. Encaminha o Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente
e Srs. Vereadores. Eu vejo que o número de Vereadores presente em Plenário,
neste instante, não é um número significativo suficiente para derrubar o Veto e
isso me preocupa, porque eu sou favorável ao Projeto do Ver. Leão de Medeiros;
sou contrário ao Veto aposto pelo Sr. Prefeito Municipal e tenho aqui alguns
números que podem justificar esta minha atitude – aliás, não é somente minha, é
também da nossa Bancada, o Ver. Edi Morelli e este Vereador – alguns números
que talvez sejam novos para este Plenário, pelo menos eu não ouvi este números
serem citados no Plenário, mas que podem inclusive orientar a própria votação
do Projeto de aumento do funcionalismo, que o Prefeito mandou para esta Casa. O
ISSQN – eu conversava antes com o Ver. Airto Ferroanto e posteriormente
conversava com o Presidente do Sindicato – o ISSQN representa mais ou menos 25%
da arrecadação do Município. No mês de dezembro, o ISSQN esteve na casa dos 27
milhões. Neste mês de janeiro, nós temos uma arrecadação de ISSQN na cerca de
45 milhões de cruzados. São números que eu acabo de receber e que pode nos dar
uma orientação do que vai representar o recebimento da Prefeitura neste mês de
janeiro. Tem outro número aqui que é bastante significativo. O ITBI, apenas num
dos dias atrás... Eu tenho o ITBI até o dia 22 de janeiro: foi 12 milhões de
cruzados. O ITBI total do mês de dezembro foi de 9 milhões de cruzados, mas
ainda temos oito dias para completarmos o mês, porque esses dados aqui tem até
o dia 22 de janeiro, e só num desses últimos dias tivemos uma arrecadação do
ITBI na cerca de 4 milhões de cruzados só num dia. No dia 17 rendeu para a
Prefeitura 4 milhões de cruzados do ITBI. Isso sem contar outros impostos
significativos para a receita do Município no mês de janeiro. Exceto entre
esses impostos significativo o IPTU que, muito embora represente cerca de 10 a
12% na arrecadação geral, no mês de janeiro, e ele tem um comportamento
completamente diferente porque as pessoas procuram pagar antecipadamente para poder
ganhar as benesses oferecidas pela legislação... Então, nos meses de janeiro e
fevereiro, normalmente temos uma arrecadação bem maior do IPTU do que acontece nos outros meses. Só por isso
eu diria ao Senhores que 158 milhões de cruzados, que disseram que seria a
folha de pagamento, estaria em muito superada pela arrecadação do mês de
janeiro. Se não fosse isso suficiente, uma outra informação que também trago de
pessoas que mexem com a arrecadação, com a folha de pagamento do Município.
Esses 158 milhões de cruzados já inseridos nesses e a antecipação de féria
porque neste mês muitos funcionários públicos tiram férias e não recebem a
antecipação de féria e colocaram neste 158 milhões de cruzados, também somadas,
as antecipações de férias. É claro que, se somar tudo. A gente sabe que as
antecipações de férias são devolvidas. Os funcionários recebem isso e nos meses
subseqüente eles devolvem isso para o Município. Então, de fato, isso não
significa um gasto. Isso na verdade vai ser reposto, e o Prefeito Municipal,
quando fornece os dados para a imprensa, quando fornece os dados para a Câmara
Municipal, ele não entra nesses detalhes. Por isso mesmo somos amplamente
favorável a que se derrube o Veto aposto do Sr. Prefeito ao Projeto de Lei do
Ver. Leão de Medeiros e até faço uma solicitação neste final de encaminhamento
para que os outros Vereadores que se encontram nos seus gabinetes venham para o
Plenário para que possamos derrubar esse Veto e posteriormente o outro Veto,
que será colocado em votação, que o Veto do Projeto do Ver. Mano José, que
manda fazer os pagamentos quinzenais.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. CLÓVIS
BRUM (Questão de Ordem): Sr. Presidente, recebi os avulsos e há um Veto ao
Projeto de Lei Complementar nº 027/89, de autoria do Ver. Leão de Medeiros.
Mas, se não me engano, há um outro. A Mesa poderia me informar qual é?
Gostaria, ainda, de saber se além desses vetos haverá a votação dos projetos
constantes da convocação extraordinária.
O SR.
PRESIDENTE: São dois Vetos que temos para apreciar, Vereador:
um ao Projeto de Lei Complementar nº 27/89 e o outro é ao Projeto 2840, de
autoria do Ver. Mano José. Quanto aos Pareceres sobre os Projetos, a Assessora
Legislativa já está colhendo as assinaturas dos Vereadores e, no decorrer da
Sessão poderei prestar-lhe uma informação melhor.
A palavra com o Ver. Vicente
Dutra para encaminhar.
O SR. VICENTE
DUTRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. É muita
incoerência o triste espetáculo a que estamos assistindo, neste Parlamente,
provocado pelo PT. O PT é de uma incoerência toda a prova e, talvez, a maior
contradição que se possa verificar, embutida nesse Partido, seja, exatamente,
uma que não é diretamente culpa dele, mas, sim, do sistema eleitoral vigente à
época da escolha do prefeito municipal, pois colocamos à maioria à frente do
comando da Cidade e o que vemos é o que aí está. É bom lembrar que o PT se
elegeu por 34% dos votos, o que vale dizer que mais da metade desses votos não
foram do PT, votaram nesta candidatura. Então, o PT deveria se comportar pelo
menos respeitando essa absoluta maioria daqueles que o rejeitaram votando em
outra siglas, em outros partido. Lamentavelmente, na ocasião não existia o
segundo turno ainda que com reduzida margem, assumia o comando da Prefeitura.
Nós não podemos deixar de registrar este fato que é altamente elucidativa para
entender essa confusão toda que hoje agita a nossa Cidade. Uma outra
contradição nós verificamos logo no primeiro mês, quando houve aquela greve em
todo o Brasil e nós encontramos o Prefeito Municipal panfleteando em frente ao
antigo Banco do qual é originário o Banco do RGS. Lá S. Exª não era mais o
chefe do Executivo, que deveria se comportar como tal, mas ainda acostumado ao
gesto de Líder Sindical estava panfleteando em frente do Banco. Mas isso ele
fez das 06 às 9h30min., conforme registrou a imprensa. Mas ele voltou para o
Gabinete e sentou na sua mesa de trabalho, ligou aqui para a Câmara convidando
as lideranças com assento nesta Casa para que fossem conversar com ele. Eu
estava na Casa aquela manhã, era período de recesso e as lideranças se
movimentaram lépidas e faceiras, como diz o poeta, se dirigindo ao Paço
Municipal na certeza de que naquele momento o Sr. Prefeito Municipal, embuído
daquele espírito que no animava alguns minutos antes iria, é claro comunicar as
lideranças que estaria concedendo aos funcionários municipais também em greve
um aumento bem mais substanciado que aquele que ele estava reivindicando,
segundo ele, justamente para os trabalhadores. Para surpresa das lideranças, o
Sr. Prefeito fez uma apelo dramático às lideranças no sentido de que ajudassem,
aqui na Câmara Municipal, um ajuste bem abaixo daquele percentuais que ele
estava panfleteando, pela CUT, lá no Banco do Estado do Rio Grande do Sul.
Ficou, claro, então, a grande incoerência da Administração Municipal em agir
com dois pesos e duas medidas: na hora da agitação – e isto sabe fazer como
ninguém – panfleteiam em favor da CUT, contra o Banco do Estado, como se o
Banco do Estado fosse também entidade à parte no Brasil e não sofresse as
condições, como se o Governo do Estado tivesse condições de pagar acima
daqueles percentuais ao qual o Prefeito não consegue pagar. As incoerências
continuam, o PT arrocha os salários. Tenho aqui uma tabela que me foi trazida
por um companheiro, que no momento não o vejo no Plenário, em que ele arrola as
faixas de 01 a 07. Segundo a proposta do Prefeito, de 01 a 05 não haverá
modificação. Mas mesmo considerando os 117%, vejam bem: aqui na faixa 1, o que
não existe, oitocentos e quarenta e um e setenta e seis. Faixa 01, do
Município. Está aqui o Presidente do Sindicato, peço que ele me confirme com a
cabeça ou não se este valor está certo. Como é que pode ser oitocentos e
quarenta e um se o salário-mínimo está em torno de um mil e quatrocentos
cruzados? Como o Partido dos Trabalhadores admite um salário desses, como do
faixa 01? Como isto não foi ao menos retificado ao nível do salário-mínimo? é
uma grande incoerência isto daí, dizem que começa numa faixa 02, um mil e
quatrocentos e setenta, que é um salário-mínimo. E vejam bem, o pessoal do
Estado não está satisfeito. Temos greve no Estado, pressões de todo o jeito com
o Governador. Faixa 01, 2.388,. Salário pago aos trabalhadores. Aqui, como
reajuste de 117% ficaria em 1.460. O Técnico Científico, se fosse dado o
reajuste de 117% que o Prefeito não quer dar ficaria em torno de 5.724,80. no
Estado está em torno de 11.508, 00 e lá também tem greve e não estão
satisfeitos. Está lá o Governador, foi recorrer inclusive a recursos
internacionais para poder pagar melhor os seus funcionários. Eu tenho aqui
tantas e outras coisas de incoerência mas acho que já foi relatado pelos
companheiros. Só conclamo os meus pares
que rejeitemos de imediato este Veto, concedendo, no mínimo, o reajuste
mensal, como propõe o Ver. Leão de Medeiros. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Solicita-me o Ver.
Artur Zanella que faça este pronunciamento também em nome do PFL, o que muito
me honra.
Quero dizer rapidamente que
seria interessante, neste momento, que a Liderança do PT delegasse, ao Ver.
José Alvarenga, o pronunciamento sobre a posição de sua Bancada, porque me
parece que se trata de uma conquista salarial, se trata, em síntese, e um luta
de trabalhadores, que a CUT tem defendido com toda a veemência e o próprio
Partido dos Trabalhadores a defendeu nas suas campanhas eleitorais. Ainda tenho
na retina os pronunciamento do candidato à Presidência da República, em que eu
votei – no primeiro turno, votei em, Ulysses Guimarães, no segundo, votei no Dep.
Lula – e a luta do Dep. Lula, na sua campanha, era exatamente a mensagem
dirigida aos trabalhadores, nas defesa dos eu interesses, e já não era a mesma
defesa dos outros candidatos, mas, rigorosamente, acho que a Bancada do PT
marcaria um tanto decisivo, politicamente falando, nesta tarde, se designasse o
Ver. José Alvarenga para encaminhar este Veto. Não pelas discordâncias do Ver.
Jose Alvarenga, pois acho que não há discordância entre S. Exª e o seu Partido. Há uma oposição clara e
coerente. O que o Ver. José Alvarenga tem defendido aqui na tribuna não é nada
contrário à Bancada do PT. Está tudo exatamente dentro do programa partidário
do PT. O Ver. Alvarenga não inventou nada. Os seus discursos são exatamente
dentro do programa do seu partido. Não tenho nem que felicitar o Ver. José
Alvarenga. Ele está penas cumprindo com a sua missão, de levar a diante, nas
tribunas do Legislativo, o seu programa, o programa do Partido dos
Trabalhadores. Discurso contrários nascidos das hostes do PT esse sim que estão
criando alguma inovação. Quer dizer: ou
são divergentes do programa partidário ou são divergentes das promessas eleitorais
e, com isso, nada convergem os interesses dos trabalhadores da Prefeitura.
Ainda bem o Ver. Leão de Medeiros quando traz a oportunidade para que se faça o
reajuste mensal. Aliás tem uma proposta do Executivo.... O Senhor também não
está criando muita coisa, não. V. Exª me desculpe, mas não está criando muita
coisa também, por isso acho que o PT vota conosco na derrubada deste Veto,
porque o PT acabou de enviar o Projeto que acena para a correção mensal. Bom,
agora o PT votar contra esse Veto, aí sim, eu posso dizer que aquele Projeto
que acena com a correção mensal é de mentirinha, não é sério. Até o presente
momento eu não defendo, eu digo, pelo contrário, que a Bancada do PT vai votar
contra o Veto do prefeito porque
colide, se choca frontalmente com as grande lutas e nisto o Ver. José Alvarenga
foi muito feliz ontem com as grande lutas da Lideranças tradicionais do Parido
dos Trabalhadores. Dizia o Ver. José Alvarenga, numa de suas belas tardes de
discursos nesta tribuna. Liderança do Partido do Trabalhadores com grande
promessa. Ele, de vez em quando diz alguma coisas que não são verdadeiras no
sentido prático da vida, mas promete muito o Ver. José Alvarenga. Quer atribuir
ao Banco do Estado do Rio Grande do Sul o caos da Administração do PT em Porto
Alegre. É uma tentativa de defender a administração do seu partido, mas que não
tem ressonância no mundo econômico, naqueles que entendem da Administração
Pública.
Mas continuo ainda achando que o Ver. José
Alvarenga teria nesta tarde a grande chance de resgatar a luta do PT e do PT do
Ver. Antonio Hohlfeldt. O Ver. Antonio Hohlfeldt tinha razão ontem e o Ver.
Antonio Hohlfeldt tem razão hoje. O Ver. Antonio Hohlfeldt tinha razão ontem e
ao Ver. Antonio Hohlfeldt lhes sobram razoes hoje. Não
sou eu quem digo, é o Vice-Prefeito Tarso Genro, é o prefeito em
exercício hoje quem diz isso, nas suas declarações. Não sou eu quem estou
dizendo. Sobraram razões na luta do Ver. Antonio Hohlfeldt, ontem e sobraram
razões hoje. Por isso, Sr. Presidente, eu vou sentar-me na minha tribuna e
aguardar que a Bancada do Partido dos Trabalhadores marque um ponto positivo nos
encaminhamentos desse Veto, designando a
palavra vitoriosa ao Ver. José Alvarenga para fazer esse encaminhamento. Sou
grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. RESIDENTE: Não havendo
mais quem queira encaminhar, passaremos à votação do PLCL nº 025/89.
Convido os Srs. Wilton Araújo e Antonio Hohlfeldt
para escrutinadores, uma vez que a votação é secreta.
Solicito ao Sr. Secretário que proceda à chamada
nominal do Srs. Vereadores para votação.
O SR. SECRETÁRIO: (Após proceder
à chamada.) Votaram 30 Srs. Vereadores, Sr. Presidente.
(É procedido o escrutínio.)
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o PLCL nº
025/89 e rejeitado o Veto Total a ele aposto por 23 votos SIM contra 05 votos
NÃO e 02 em BRANCO.
Sobre a mesa, três Ofícios nºs 65,68 e 69/90, do
Sr. Prefeito Municipal, solicitando que seja devolvido ao Executivo Municipal,
respectivamente, o PLCE nº 01/90 e os
PLEs nºs 06 e 05/90.
Passamos ao
próximo Projeto.
PROC.
Nº 2840/89 – VETO TOTAL AO PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 166/89, de autoria do
Ver. Mano José, que estabelece critérios de antecipação de retribuição pecuniária aos servidores
municipais.
Parecer:
- da Comissão de
Justiça e Redação. Relator Ver.
Isaac Ainhorn: pela rejeição do Veto Total.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão.
Para discutir, com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Elói Guimarães.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Nós já tivemos a
oportunidade de examinar pela manhã a questão ligada aos salários do
funcionalismo e dizíamos que nas razões que embasaram o Veto deveríamos riscar
a palavra “aumento”. Não se trata de
aumento e aumento é quando acresce a toda a luta do funcionalismo é uma luta
para não perder, é diferente da luta para ganhar. Esta é a luta que trava o
funcionalismo para não perder através da reposição estrita da perda que o
funcionalismo têm ao inicio do mês um salário “X” e quando chega o fim do mês,
nós temos que deduzir deste “X” o que a inflação lhe tomou, a inflação é como
se fosse uma mão invisível que retira do bolso do funcionalismo o
correspondente à perda do poder aquisitivo do mês. Então a luta do
funcionalismo é o Veto que há pouco derrubamos nada mais representou fazer com
que o funcionalismo não perca, não vai ganhar evidentemente, porque estamos
aqui discutindo, correção inflacionária, não ganha mas pelo menos não perde.
Isso é o mínimo de dignidade que a Administração tem que reconhecer ao
funcionalismo.. Então nada mais são, na mais
justo, nada mais correto do que a luta do funcionalismo para não perder.
Temos hoje à tarde dois Projetos
do Executivo a examinar: o que encaminha a reposição da inflação parcial – o
que é inaceitável;o outro visa extinguir, ou melhor, incorpora o DEP ao DMAE.
Quero dizer que o Executivo, a Administração não administra a Cidade sem a
concorrência da Câmara Municipal de Porto Alegre. Não temos dívidas, não vamos
aprovar a reposição parcial. Entendemos que reposição, que já é lei, tem que
ser dada integralmente. Não podemos concordar que se barganhe, que ser negocie,
vejam bem, a reposição inflacionária. Não é o aumento. Poderíamos negociar um
aumento ou uma reformulação salarial, mas a perda substancial dos salários não
podemos negociar, não podemos negociar essa perda que é enxurrada inflacionária
leva a cada e cada dia. Isso é inegociável.
Mas vejam que estamos, agora,
examinando um Projeto que visa o pagamento quinzenal. É justo esse Projeto? Sim
, é justo, na medida em que a inflação é diária. Estamos atravessando uma
inflação de 2% ao dia. É, realmente, um saque ao poder aquisitivo do
funcionalismo e dos trabalhadores. Então, repor-se quinzenalmente, é válido.
Mas, parece-me, que isso pode ser discutido numa negociação alta, quando temos
dois Projetos do Executivo a enfrentar: um que extingue o DEP, e outro que
trata de uma reposição na ordem de 75%.
Diante desse quadro, e antes de
votarmos, de rejeitarmos esse Veto, podemos fazer uma negociação com referência
a esse Projeto. Agora, o que não podemos, Sr. Presidente e SRs. Vereadores,
é abrir mãos da reposição integral da
inflação, e veja que está se dá mensalmente, não é diária, porque o correto, o
verdadeiro, seria uma reposição diária, e todos nós estamos aí habituados a
entrar no supermercado, entrar na loja, a ir no açougue, etc..., os preços
modificam diariamente, é diariamente que a maquineta do supermercado reajusta o
preço do arroz, feijão, etc..., e não se dá isso com os salários. E mesmo
pretendendo ao mês o reajuste,a reposição no mês, nós ainda estamos encontrando
resistência de parte da Administração, o que se nos afigura insustentável.
Portanto, ao encaminhar favoravelmente a derrubada do presente Veto que
estabelecer ao pagamento quinzenal, o que é justo, estamos diante, logo à
frente da análise de dois Projetos, o que propõe reposição salarial que é
inflacionária mensalmente num percentual de 75% e a extinção do DEP, e
automaticamente a incorporação ao DMAE, me parece que isto aí pode ser
negociado. Então, fica aqui, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, a nossa manifestação, não de apelo e aqui já
sustentou o Ver. Isaac Ainhorn de boa política de parte do Executivo em retirar
imediatamente pelo menos um dos Projetos que trata do salário do funcionalismo
e imediatamente pagar a reposição, e aí está a questão ligada ao presente
Projeto quinzenal, podemos sentar à Mesa, as
Lideranças, as Bancadas, a Câmara pode sentar à Mesa e fazer
uma discussão, porque aí não se trata de barganhar a inflação, nós não podemos
barganhar a inflação., nós não podemos pechinchar com
a inflação,porque perdida ela não se recompõe. Então, é negociável sob qualquer
aspecto e tem que se dar a reposição total da inflação a partir desse mês.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra com, o Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Srs. Funcionários
públicos municipais e, muito especialmente todos os companheiros que atuaram
comigo na SMT, seria muito fácil manter a boca calada, dar o meu voto, que é
secreto, me poupar de alguns desgaste, não entrar nessa discussão, quem sabe lá
dizer para alguns que votava assim e votar de outra maneira, como é tão comum.
Mas, ao longo de 7 anos, nesta Casa 6 em que representei sozinho o Partido dos Trabalhadores, na oposição,
jamais fugi de uma posição e, inclusive, tive a dura experiência de, em 1988,
após as eleições, ser vaiado por alguns funcionários que defendiam alguns
interesses, quando eu alertava que a aprovação do que se chamava, então, plano
de carreira, era impagável e geraria situações realmente de calamidade na
Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Dentro dessa perspectiva acho,a te, que a Administração, no ano
passado, conseguiu levar o barco com imensa dificuldades, havia uma previsão
inicial de não se pagar a folha em maio, depois se atrasou para agosto
setembro, acabou passando para novembro e, em dezembro, enfrentamos a primeira
greve problema. A Câmara de Porto Alegre teve uma participação objetiva na
tentativa de encaminhamento de solução, deu um voto de confiança á
Administração Pública quando, no final do ano passado, aprovou uma reforma
tributária, senão no seu todo, pelo menos num percentual que eu diria,
guardadas as proporções da Bancada de situação, que é absolutamente minoritária
nesta Casa, foi, realmente um voto de confiança, sob todos os aspectos à
Administração. Aprovamos todos os Projetos, embora alguns deles com algumas
modificações bastante significativas e outros, praticamente na sua forma
original. Portanto a Administração tem que dar uma resposta a esta Casa e
também a seus funcionários. Já disse em outras ocasiões e não tenho porque
deixar de repetir hoje, que não adianta nada a Administração pretender aplicar
na Cidade. Esta angustia todo o Administrador tem e eu tenho certeza de que o
Ver. João Dib tinha esta angustia quando Prefeito, deve ter tido o prefeito
Collares e, certamente, tem o Prefeito Olívio Dutra. Cada um com critérios de
que sejam as obras públicas, uns enfatizando uns aspectos, outros enfatizando
outros aspectos, mas todo querendo deixara
sua marca as tender aquela demanda
que a população apresenta, , mas de nada adianta fazermos
estes investimentos se não tivermos a máquina da Prefeitura funcionando. E
assim como eu dizia por diversas vezes junto com Vereadores como o Ver. Lauro Hagemann,
que está aqui, ainda, na Casa, com a Verª Jussara Cony, hoje Deputada, Ver. caio Lustosa,
Ver. Flávio Koulon, que intermediamos tantos movimentos, tantas reivindicações
dos Srs. Funcionários. Já junto ao Prefeito João Dib e depois junto ao Prefeito
Collares, acho que não adianta resolvermos lá fora os problemas se não
conseguimos resolver os problemas dentro de Casa. Foi neste sentido e porque eu
tinha um compromisso de palavras, de responsabilidade como um dos Vereadores da
situação que negociou a reforma tributária com o Srs. Vereadores de Oposição
especialmente conversei inúmeras vezes com o Vereadores do PDS, tinha um
compromisso com o Ver. Leão de Medeiros em
relação ao projeto anterior. Votei favorável a ele e, por coerência, deveria
votar favorável mais uma vez e portanto, contra o Veto, o que o fiz com
absoluta tranqüilidade, com absoluto respeito em relação a posição da
Administração e o fia evidentemente
porque acho que no mínimo, o pagamento
mensal é uma necessidade, neste momento, de todo o funcionalismo. Neste sentido
eu gostaria de fazer um registro, que vale para nós como vale para a imensa
maioria dos municípios destes País, 1.400 e poucos
municípios de dimensões significativas. Não estamos fazendo uma coisa ás
avessa. Enquanto o Governo Federal mantém a atualização salarial de dois em
dois meses, enquanto o Governo do Estado. E é pena que não vejo o Ver. Clóvis
Brum aqui, que disse ser líder da situação há poucos minutos e agora não está
aqui para ouvir isso. Enquanto o Ver. Clóvis Brum se preocupa com a nossa
Bancada de situação, o Governo do Estado, que é do PMDB, mantém a atualização
bimestral, de dois em dois meses, e estamos cobrando, acho que cobrando
corretamente, a atualização mensal. Apenas quero gizar essa cobrança que é de justiça,
não apenas a Prefeitura de Porto Alegre, mas queria estender a boa parte do
municípios brasileiros, mesmo enfrentando uma situação pré-falimentar, mesmo
enfrentando uma falsa reforma tributária que a Constituinte berrou e alardeou,
mas não fez porque se criou pequenos transportes de impostos ou percentuais, de
fato criou muito mais ônus na área da educação, na área da saúde, na área da
polícia, na área de segurança de um modo geral com a municipalização, esse
termo que encobriu repasses do que era do nível federal, do nível estadual para
o nível municipal o que superam de muito os valores, os percentuais daquilo que
evidentemente os municípios ganharam em pequenas passagens, talvez se comece a
melhorar essa situação com este Projeto recém votado dos repasses do IMCs que
deve ser semanalmente, mas de qualquer maneira, vejam os Senhores, não quero
tratar do assunto apenas Porto Alegre, estamos cobrando, estamos fazendo uma
recuperação mais do que justa dos municípios, a partir de que menos autonomia
tem na possibilidade de recuperar e de sobreviver.
O Sr. Leão de Medeiros: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Hohlfeldt, no momento em que V. Exª divulga publicamente a sua declaração
de voto ao Veto do projeto mensal e divulga com toda a sua força que foi a
favor do Projeto original fazendo referência expressa a um fato absolutamente
verdadeiro, no meu modesto sentir, V. Exª honra o mandato que tem e honra
também esta Casa.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Obrigado, Vereador. Acho que o meu partido mesmo se
nós eventualmente, hoje neste caso específico, tivermos um divergência
com a Administração, e acho que o próprio Prefeito entende muito claramente
essa posição, porque a tínhamos deixado muito clara quando da negociação. E
temos um posição muito clara em torno desse assunto. Mas vejam os senhores
funcionários, meus companheiros de bancada: acho que é importante termos esta
reflexão e procuramos os contextualizar a situação de Porto Alegre num panorama
do Rio Grande do Sul, num panorama brasileiro, porque tenho certeza, e conheço
bastante o companheiro Olívio Dutra há pelo menos dez anos convivo com o Olívio , lado a lado
desde antes de fundação do PT, foi pela mão do
Olívio, praticamente, que entrei para o Partido dos Trabalhadores. Sei que deve
ter sido muito difícil para ele tomar estas posições. E sei também, igualmente e ao
contrário do que pretende projetar o Sr. Isaac Ainhorn, acho que é exatamente o
contrário, quando já se coloca a questão da possibilidade do pagamento mensal
para abril, tão logo se consegue equilibrar a Receita, o que está colocando com
muita clareza e talvez o que tenha faltado a Administração – e digo isso não a
nível de crítica, a\ms de um comentário muito
tranqüilo, muito respeitoso. É talvez o maior avança, maior flexibilidade
de uma discussão política dessas questões que estão muito ligadas umas às
outras.
Eu entendo, por exemplo que, sem
dúvida nenhuma, o Pacote Tributário deverá gerara efeitos,
agora, todos os Vereadores sabem e todos os funcionários sabem que o Pacote
Tributário não faz milagres. Não é em janeiro que ele vai gerar receita
imediata, ou seja, nós continuamos tendo problemas, no primeiro mês em que
sabidamente o grosso da população na ao faz o
pagamento do seu imposto ou faz de maneira parcial nos últimos dias, em que,
portanto, nós teremos ainda este problema. Acho que este dado é irretorquível,
acho que este dado é muito objetivo e acho que este dado em outro lado explica
o porquê dos Ventos:
O Sr. Adroaldo Corrêa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Antonio
Hohlfeldt, estou inscrito e com a condescendência da Mesa, consultando os
demais inscritos, gostaria de ceder-lhe a minha inscrição.
O SR. PRESIDENTE: Os próximos oradores inscritos é o
Ver. Dilamar Machado, Ver. João Motta,
e Adroaldo Corrêa, que cede o tempo a V. Exª. V.Exª tem mais dez minutos.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Hohlfeldt, V. Exª diz que no mês de janeiro o
Pacote Tributário ainda não consegue surtir aqueles efeitos que todos nós quando votamos
esperamos que possa a Administração ter mais recursos para pagar o
funcionalismo e para fazer obras. Mas já existe agora no mês de janeiro alguns
reflexos do pacote tributário que nós votamos no final do ano passado como, por exemplo, a questão do ISSQN, quando aumentamos a alíquota de 4 para 5%,
nós estávamos dando um aumento no ISSQN de 25%.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Se há realmente uma aumento percentual, ele não chega a
cobri a despesa já assumida pelo governo municipal em relação a empréstimos bancários que de curtíssimo prazo
devem ser pagos em janeiro. Quero dizer que não concordo com os números que
estão no quadro apresentado vou entrar na discussão na hora que entrar o
projeto para discutir. Acho que os números não correspondem à realidade ou não truncados. De qualquer
maneira ainda que a receita tenha crescido é bom lembrarmos que a municipalidade fez empréstimo vultoso pagar o
mês de dezembro e assim mesmo com alguns atraso. Então, neste sento. Eu diria
que no mínimo, as coisas ficam
zerada e significa fazer novo empréstimo, em janeiro para poder pagar em
fevereiro. Num certo momento acabaremos criando um círculo vicioso que não
permite resolver a situação. Acho que se poderia tentar entender a proposta que
a administração faz, no
sentido de conter a tendência de empréstimos bancários. Isto não pode ser feito
às custa do funcionalismo. Deve haver uma negociação a sério e há que se chegar
a uma alternativa da do tipo que está sendo proposta que, no mínimo,se apresente
prazos, percentuais de
recuperação e devolução e condições desta devolução. Isto me aprece que é uma
questão básica de respeito ao funcionário. Disto não abro mão por questão de
coerência dentro do trabalho que tive nesta Casa ao longo destes anos.
O Sr. Dilamar Machado: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Gostaria de colaborar com V. Exª na análise que faz,
correta, das dificuldades que o Executivo que tem para cumprir os seus deveres
como funcionalismo, detectando uma falha que existe atualmente na arrecadação do Município e que beneficia
diretamente apenas uma categoria. V. Exª
não estava na Casa quando aprovamos a criação do IVVC e houve uma longa
discussão de quem pagaria este imposto. Acabamos nós Vereadores, derrotados por
uma decisão judicial, que deu
cobertura aos garagistas. No entanto, a Lei permite estes mesmo garagista que
recolham de nós, consumidores, este imposto é apenas um depósito nos cofres
públicos 45 dias depois. É evidente que, no processo inflacionário em que
vivemos, nesta ciranda
financeira em que o over d´pa um resultado diário de até 2,5%, na
realidade, nós estamos pagando a quem esta ganhando com isso é o garagista.
Então, quero sugerir a V. Exª e ao Governo Municipal que encaminhe para esta
Casa um mecanismo que obrigue
os garagistas a depositarem o dinheiro arrecadado no máximo 7 dias, ms, se
possível, em48 horas. Eu tenho a certeza de que, com isto, a Prefeitura irá
arrecadar bem mais do que arrecada atualmente. Quando aprovamos o IVVC, o litro
de gasolina custava 42
centavos em Porto Alegre, um ano de pois custava 12 cruzados e alguns centavos.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Ver. Dilamar Machado, vindo esta
colocação de V. Exª, na condição de Líder do PDT, eu só posso acolhe-la. Acompanhei, de longe, o
episódio jurídico.
Comprometo-me, embora não exerça nenhuma função de liderança na Bancada, de encaminhar isto por escrito ao Sr.
Prefeito. Não sei se vemos aumentar a
arrecadação, mas aumentaremos o poder de compra deste valor arrecadado, na
medida em que ele virá mais
cedo. E quero dizer que, se isto depender de l,ei municipal, entendo, ao colher
o seu aparte, que se enviado na forma de Projeto de Lei do Município, teria ao
colhimento deste Plenário e, neste sentido, seria portanto um encaminhamento
que nós tentaríamos, para
buscar este dinheiro mais rapidamente. Quero deixar o meu agradecimento a uma
colaboração que não é com a Administração apenas, é com o Município e com o
funcionalismo de um modo geral.
Portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dizia eu que tinha um compromisso com o Ver. Leão de
Medeiros, muito pessoal, no episódio daquele projeto e tenho uma visão em
relação aos dois projetos votados no sentido de que, evidentemente, na realidade financeira de hoje, precisamos
encará-los com objetividade. O primeiro
deles, o Veto já se encontra derrubado, pagamento mensal: segundo, o
adiantamento dos 40%. Acho que por uma questão de coerência, é evidente, que
precisamos encarar sito com objetividade, já que a própria Câmara Municipal tem
essa prática, e não vejo
porque se fazer diferença no tratamento do funcionário deste Legislativo, com
relação ao restante do Executivo. Entendo, no momento, e era siso que eu queria colocar à
discussão, independente da decisão final dos Srs. Vereadores, que precisaríamos
e esta discussão deveria ser feita na medida do possível,s e houver tempo, dar um prazo um
pouco maior ao Executivo para poder colocar em prática essa medida. Por
exemplo, sei que temos um Veto, não podemos emendar projeto, não sei como se
poderia resolver, mas o
próprio Ver. Elói lamentava aqui a possibilidade de negociação, pois essa
possibilidade queria manter em aberto, lá sei eu, se deixássemos firmada uma
posição, por exemplo, ao derrubar o veto, ou adiar a votação, temos um prazo
largo para a avaliação do veto, de que estivéssemos uma discussão no sentido
de que a municipalidade assumiria o compromisso, e dentro de 2 ou 3 meses
assumisse isso claramente, uma negociação de liderança, e teríamos a partir de
março, ou abril, quando a própria Prefeitura diz que estaria equilibrada a sua receita e despesa, e não teria
mais desculpas, mantendo-se, evidentemente, a garantia do pagamento mensal, que
me parece encaminhado, a partir da derrubada do verto.. aCho que esse tipo de conversa tem que
ser feito, não ponho em
discussão, até porque, por incrível que pareça, o Ver,. Dib, já registrava aqui, embora em
outro tom, pela primeira vez, nós, Vereadores, também tivemos nos nossos sala´rios no fim do ano passado. E até com uma
posição muito objetiva, muito séria, da Mesa,
do Ver. Valdir Fraga, não ouvi aquela discursseira politiqueira que
poderia ter surgido; com o que os 33 Vereadores assimitam com muita seriedade a crise,
levaram a sério o problema, portanto, passamos pelo desafio. Temos nesse
sentido de discutirmos estas
coisas e de estarmos lado a lado com os funcionários, não apenas no sentido de
para eles uma coisa, e para nós, outra, mas porque nós também tivemos esse
episódio, nesse momento, e acho que a própria Câmara deverá enfrentar, por
vezes, alguns problemas nesse
sentido. Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu queria deixar clara,
portanto, a minha posição, porque não sou de ficar em cima do muro, não sou de
me esconder em relação a votos, mesmo quando secretos, e tenho uma clareza
muito grande. Se tenho
absoluta lealdade dom o meu Partido e para com meu
Prefeito, tenho também, responsabilidade, em primeiro lugar com o
funcionalismo que faz a prefeitura funcionar e também em relação a própria
Cidade e a oposição que há seis ou sete anos venho defendendo nesta Casa. Acho que esta coerência
não colocamos fora de uma hora para a outra. Então, tinha um compromisso
firmado com o Ver. Leão de Medeiros dentro da negociação do pacote tributário e
tenho, no meu entendimento, uma possibilidade de inclusive de antecedido pelo Ver.
encerro os trabalhos da presente Sessão.
(Levanta-se
a Sessão às 15h18min.)
* * * * *
(Levanta-se a Sessão às 12h20min.)
* * * * *